"
Eu te guardo no fundo da memória,
como
guardo, num livro, aquela flor
que marca
a tua delicada história,
Branca de
Neve, meu primeiro amor"
Guilherme
de Almeida * 24 de
julho de 1890.
+11 de
julho de 1969.
Boa
noite!
Campinas aniversaria hoje. 14 de Julho.
Coincidentemente,
dia 24 de julho estaremos comemorando o nascimento de Guilherme de Andrade de
Almeida, seu mais ilustre filho.
A terra
de minha amiga Solange deve estar em festa. Mas , falta algo.
Se
tivéssemos um Ministro da Cultura ao invés de um Ministro da Tropicália,
estaria instituída oficialmente pelo Governo Federal, a Semana Guilherme de
Almeida.
O que se
percebe é que, retirando as iniciativas particulares, municipais ou, ainda,
estaduais, pouco, ou muito pouco, ouvíriamos sobre esse Grande Brasileiro. A
primeira vista, temos a impressão que se alguém perguntar ao Ministro, se
conhece Guilherme de Almeida, corre o risco de uma resposta incontinente:
-“Não. Mas se é seu amigo, pode
apresentá-lo que eu o recebo sem agenda.”
Mas, é exigir
muito desse Governo, um mínimo de inteligência. Cultura nem pensar!
Já que o
Ministério da Educação não sabe, e teria uma síncope se usasse um pouco de
memória (Nossos últimos Ministros da área de Educação e Cultura são como
computador Luzitano – não possuem memória, apenas e tão somente uma vaga lembrança) permitam-me ofertar parte meu pequeno e humilde conhecimento.
Guilherme de Andrade de Almeida. Advogado, jornalista, crítico de cinema,
poeta, ensaísta e tradutor brasileiro.
Foi com
seu irmão, Tácito de Almeida (1899 - 1940), importante organizador da Semana de
Arte Moderna e 1922, tendo criado em 1925 a conferência para difusão da poesia
moderna, intitulada "Revelação do Brasil pela Poesia Moderna", que
foi apresentada em Porto
Alegre , Recife e Fortaleza.
Um dos
poemas de Guilherme de Almeida, "A Carta Que Eu Sei de Cor", presente
em seu livro "Era uma vez", foi declamado na Faculdade de Letras de
Coimbra, em 1930, na importante conferência "Poesia Moderníssima do
Brasil" - esta conferência foi estampada na revista 'Biblos' (Faculdade de
Letras de Coimbra), Vol. VI, n. 9-10, Coimbra, Setembro e Outubro de 1930, pp.
538 - 558; e no 'Jornal do Commercio', Rio de Janeiro, domingo, 11 de janeiro de 1931, página 3). Foi um dos
fundadores da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, onde
lecionou Ciência Política.
Guilherme
de Almeida foi, ainda, um dos fundadores da Revista Klaxon, que visava divulgação
de idéias modernistas, tendo realizado sua capa, assim como os arrojados
anúncios da Lacta, para a mesma Revista. Elaborou também a capa da primeira
edição do livro "Paulicéia Desvairada", de Mário de Andrade.
Foi o
primeiro modernista a entrar para a Academia Brasileira de Letras (1930). Em
1958, foi coroado o quarto "Príncipe dos Poetas Brasileiros", após
Bilac, Alberto de Oliveira e Olegário Mariano.
Entre
outras realizações, foi o responsável pela divulgação do poemeto japonês haikai
no Brasil.
Combatente
na Revolução Constitucionalista de 1932 e exilado em Portugal, após o final da
luta, foi homenageado com a Medalha da Constituição, instituída pela Assembléia
Legislativa de São Paulo. Sua obra maior de amor a São Paulo foi seu poema
Nossa Bandeira. Ainda, o poema Moeda Paulista e a pungente Oração ante a última
trincheira.
É
proclamado "O poeta da Revolução de 32". Escreveu a letra do
"Hino Constitucionalista de 1932/MMDC", O Passo do Soldado, de
autoria de Marcelo Tupinambá.
É de sua
autoria a belíssima letra da Canção do Expedicionário com música de Spartaco
Rossi, referente à participação dos pracinhas brasileiros na Segunda Guerra
Mundial.
Autor da
letra do Hino da Televisão Brasileira, executado quando da primeira transmissão
da Rede Tupi de Televisão.
Foi
presidente da Comissão Comemorativa do Quarto Centenário da cidade de São
Paulo.
Encontra-se
sepultado no Mausoléu do Soldado Constitucionalista de 1932, no parque do
Ibirapuera, na cidade de São Paulo, ao lado de Ibrahim de Almeida Nobre, o
"Tribuno de 32", dos despojos dos jovens conhecidos pela sigla
M.M.D.C. (Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes
de Sousa e Antônio Américo Camargo de Andrade)e do caboclo Paulo Virgínio.
Guilherme
de Almeida, em 1946, mudou-se para um sobrado à Rua Macapá, no Pacaembu, em São Paulo. Era
chamado carinhosamente, por ele, como a "Casa da Colina". E ele a
descreveu: "A casa na colina é clara e nova. A estrada sobe, pára, olha um
instante e desce". Nela, o poeta viveu até 1969 e nela faleceu. A casa, em
1979, tornou-se o Museu Casa Guilherme de Almeida, pertencente à Secretaria de
Estado da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, tendo sido "tombado
como museu biográfico e literário" pelo Conpresp, em maio de 2009. O museu
conta com importante acervo de obras de arte: quadros de Di Cavalcanti, Lasar
Segall e Anita Malfatti, as primeiras edições dos livros do poeta, entre seis
mil volumes no total, além de mobiliário, peças pessoais e relíquias da
Revolução de 1932.
Sua
contribuição a Cultura Nacional:
1917 –
Nós – capa e ilustrações de Correia Dias.
1919 – A
Dança Das Horas – capa e ilustrações de Di Cavalcanti.
1919 -
Messidor – capa de J. Wasth Rodrigues.
1920 –
Livro de Horas de Soror Dolorosa – capa e ilustrações de J. Wasth Rodrigues.
1922 –
Era Uma Vez… - com desenhos de John Graz, edição de propriedade do Autor.
1924 – A
Frauta Que Eu Perdi – edição do Anuário do Brasil, Rio de Janeiro.
1925 –
Meu – capa de Paim, propriedade do Autor.
1925 - A
Flor Que Foi um Homem (Narciso) – capa e desenhos de J. Wasth Rodrigues.
1925 -
Encantamento – capa de Correia Dias.
1925 -
Raça.
1929 –
Simplicidade.
1931 –
Carta À Minha Noiva.
1931 -
Você – com desenhos de Anita Malfatti.
1932 –
Cartas Que Eu Não Mandei.
1938 –
Acaso - (reconstituição de ornatos e letras ao gosto vitoriano, século XIX).
1941 –
Cartas Do Meu Amor – capa e desenhos de Noêmia.
1947 –
Poesia Vária – capa de Renato Zamboni.
1951 – O
Anjo De Sal
1954 –
Acalanto De Bartira – capa de Renato Zamboni, vinhetas de abertura e fecho de
Brecheret e ornatos de Guidal.
1956 –
Camoniana – com apresentação de Afrânio Peixoto, para a coleção Rubáiyát.
1957 –
Pequeno Romanceiro – com desenhos de Gomide e letras de Abigail.
1961 –
Rua – com fotografias de Eduardo Ayrosa.
1965 –
Rosamor – com capa de Zamboni e ilustrações de Noêmia.
1968 – Os
Sonetos De Guilherme de Almeida – capa de Renato Zamboni.
2010 -
"Margem: Poesia" - Apresentação de Marcelo Tápia; posfácio de Carlos
Vogt, Annablume; Casa Guilherme de Almeida, São Paulo.
Poesia
(traduções)
1932 – Eu
e Você – tradução do Toi et Moi, de Paul Géraldy, ilustrações de Darcy
Penteado.
1923 – O
Gitanjali – de Rabindranath Tagore.
1936 –
Poetas De França – edição bilingüe.
Suíte
Brasileira – terceira parte do livro de Luc Durtain Quatre Continents.
1939 – O
Jardineiro – de Rabindranath Tagore, capa de Santa Rosa.
1943 – O
Amor de Bilitis (algumas canções) – de Pierre Louÿs, coleção Rubáiyát.
1944 –
Flores Da Flores Do Mal – de Charles Baudelaire, edição bilingüe, carvões de
Quirino
Paralelamente
a Paul Verlaine – desenhos de Dorca, edição bilingüe.
1965 –
Festival, de Simon Tygel, edição bilingüe, com nus de Gomide.
Arcanum,
de Niles Bond.
1967 – Os
Frutos Do Tempo (Les Fruits du Temps) – de Simon Tygel, edição bilingüe, com
capa de Renato Zamboni.
Seleção
de poemas e poesia completa
1931 –
Poemas Escolhidos. *1944 – TEMPO, com prefácio de Jamil Almansur Haddad e
ilustrações de Quirino, Editora Flama Ltda., São Paulo.
1952 –
Toda a Poesia (1ª edição), seis volumes.
1967 –
Meus versos mais queridos.
Teatro
1916 –
Mon coeur balance e Leur ame, escritas em colaboração com Oswald de Andrade,
Tipografia Asbahr, São Paulo.
1921 –
Scheherazada, um ato em versos, publicado em Toda a Poesia, Livraria Martins
Editora, São Paulo, 1952 (1ª edição).
1939 – O
Estudante Poeta, escrita em colaboração com Jaime Barcelos, inédito.
Teatro
(traduções)
1950 –
Entre Quatro Paredes (Huis Clos), de Jean-Paul Sartre, edição do autor,
impressa na Revista dos Tribunais Ltda., São Paulo.
1952 – A
Antígone, transcrição da tragédia de Sófocles, edição bilingüe, Edições
Alarico, São Paulo.
1954 – Na
Festa de São Lourenço, tradução em versos, nas partes tupi e castelhana, do
Auto de José de Anchieta, segundo o texto de Maria de Lourdes de Paula Martins,
editado pela Comissão do IV Centenário de São Paulo.
1965 –
História de uma Escada (Historia de una Escalera), de Antonio Buero Vallejo,
Editora Vozes Ltda., Petrópolis.
Teatro
(traduções inéditas)
A
importância de ser prudente (The Importance of Being Ernest), de Oscar Wilde.
*Orfeu (Orphée), de Jean Cocteau.
Lembranças
de Berta (Hello from Bertha), de Tennessee Williams.
Eurídice
(Eurydice), de Jean Anouilh.
Prosa
1924 –
Natalika, edição da Candeia Azul, Rio de Janeiro.
-
Traduções de obras da Literatura Internacional.
-Literatura
Infantil.
-Heráldica
entre elas:
Autor de
brasões-de-armas das seguintes cidades: São Paulo (SP), Petrópolis (RJ), Volta
Redonda (RJ), Londrina (PR), Brasília (DF), Guaxupé (MG), Caconde, Iacanga e
Embu das Artes (SP).
Receba Campinas
esta singela homenagem do Guerreiro e, póstuma ao Grande Guilherme
de Almeida.
Já que o Governo que tem obrigação não o faz,
faço eu,
Ora, bolas
É isto grande Guerreiro. Quando não se tem governo temos mesmo que fazer. Obrigação na cabeça dessa laia é roubar o povo e defender vadios.
ResponderExcluirAbraços
Tadeu
Caro Guerreiro, é isso aí, parabéns pela continuidade da sua luta. Pena não ve-lo mais nos meios GNV, mas fiquei feliz de receber este ... mande mais.
ResponderExcluirValeu, grato, Joel Trigo
MEU CARO GUERREIRO! A UNICA OBRIGAÇAO QUE OS governos TEM E COM O FUTURO, MAS O FUTURO DA SUA PROPRIA PESSOA. E O POVO QUE SE,,, BEM QUE MORRAM NE!!!!!
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